Os motoristas e cobradores do transporte público da Capital podem entrar em greve na próxima segunda-feira (10).
A resolução, do Sindicato dos Motoristas Profissionais e Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres de Cuiabá e Região, será tomada caso, na sexta-feira (8), não feito feito o pagamento de salários aos 2.400 profissionais do sistema.
Em entrevista ao Site de Notícias MidiaNews, o presidente do sindicato, Ledevino da Conceição, afirmou que em dezembro passado os vencimentos tiveram atrasos e a categoria teme que o problema volte a ocorrer.
“Esperamos que os pagamentos sejam feitos. Caso contrário, já vamos parar na segunda-feira e só funcionarão 30% das linhas. Não podemos aceitar que a situação vire uma bola de neve”, afirmou o sindicalista.
Atualmente, o salário inicial de motorista é de R$ 1.680 e o de cobrador, R$ 1.037.
De acordo com Ledevino, o argumento das três empresas de Cuiabá e de uma em Várzea Grande para o atraso é a redução da tarifa, por duas vezes, em 2013.
Antes a R$ 2,95, na Capital a passagem foi para R$ 2,85 em junho, devido à Medida Provisória nº 617, de 31 de maio, que zerou as alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte coletivo municipal rodoviário, metroviário e ferroviário.
Em dezembro, foi a vez de a Prefeitura de Cuiabá anunciar uma nova redução, para R$ 2,60.
Desta vez, com base em um estudo da Comissão da Auditoria Técnica das Planilhas da Tarifa do Transporte Coletivo de Cuiabá, que apontou divergências nos índices relacionados a itens da planilha de cálculo, como combustível, rodagem, frota de veículos e benefícios salariais.
“Eles ficam com essas justificativas, porém nós continuamos rodando e trabalhando. O que queremos é receber em dia e que não haja, como já houve outras vezes, sucateamento dos coletivos”, afirmou o presidente do sindicato.
Outro lado
A possibilidade de paralisação de motoristas e cobradores foi comunicada, por meio de ofício, pelo Sindicato dos Motoristas Profissionais e Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres de Cuiabá e Região a Associação Mato-grossense dos Transporte Urbanos (MTU), ao Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano do Estado de Mato Grosso (STU), ao prefeito Mauro Mendes (PSB) e ao secretário municipal de Transportes Urbanos, Antenor Figueiredo.
Ao site, até a edição desta reportagem, apenas a MTU respondeu a respeito da possível paralisação.
Segundo a entidade, por meio de assessoria de imprensa, é esperada uma reunião com o Conselho Municipal de Transporte para se debater uma solução para o equilíbrio financeiro das empresas de transporte público da Capital.
De acordo com a MTU, as reduções tarifárias de 2013, a longo prazo, podem causar um “colapso financeiro” nas empresas, que precisam, diariamente, fazer a manutenção dos carros, salários, compra de pneus e óleo diesel.
Este último, inclusive, teria apresentado alta no começo do ano, impactando nus custos das empresas.